Depuis 1996 • Association de capoeira Angola

Informateurs de Lorenzo D. Turner au Brésil

Liste compilée des informateurs enregistrés par le Prof. Lorenzo D. Turner en 1940-41 en Bahia (Brésil) : noms, notes biographiques, langues, contextes d'enregistrement et références.

Apresentação

Aviso.

Tenho copilado esta lista em código HTML a partir do índice da Accession 86-109-F “South-America, Brazil, Lorenzo D. Turner” que me foi amavelmente entregue pelo site “IUCAT” da Universidade de Indiana, tendo escutado apenas uma pequena parte das gravações. Espero este documento poder servir em complemento ao resumo que se encontra no site “IUCAT” da Universidade de Indiana, sem garantia de precisão, apesar de ter tomado todo o cuidado, como fizeram os anónimos do ATM que construíram o Índice, para evitar enganos. Favor notificar os eventuais erros e contribuir informação adicional.

Distinguindo pessoas.

Aproximadamente sessenta nomes aparecem nos discos e nas capas da coleção de Lorenzo D. Turner.
A lista abaixo tem 61 nomes differentes, alguns dos quais provêm das identificações gravadas nos discos. Pessoas no Brasil geralmente são conhecidas por vários nomes, de acordo com o contexto. Muitos nomes de informante denotam distintas personalidades da comunidade Afro-Bahiana, principalmente dirigentes religiosos, sobre os quais ficou fácil encontrar informação adicional. A imprensa baiana da época entregou detalhes sobre os artistas de rádio. Outros indivíduos permanecem sem documentação. Às vezes, tenho identificado nomes diferentes nos discos como referindo-se à mesma pessoa, enquanto outras vezes, considerei que o mesmo nome designava duas pessoas. Mais pesquisa poderia confirmar estas escolhas.

Meu interesse próprio.

Me interesso em contribuições sobre figuras rítmicas em palavra e em música, interação não-verbal, contribuições africanas à interação não-verbal, métodos africanos de transmissão.

Me interesso particularmente, no Brasil, em fatos culturais impuros tais como capoeira e candomblé de caboclo.

Publicando esta informação de uso geral, espero que outros fizessem o mesmo e assim ajudar a minha pesquisa. Agradeço a Ms Marilyn B. Graf do Archive of Traditional Music por ter permitido-lo enviando-me uma cópia do índice do arquivo de Lorenzo Turner.

Ordem dos nomes de informantes.

Como brasileiros são geralmente conhecidos por dois, três ou mais nomes, a ordem alfabética não serve. Dividi a lista em quatro classes:

  • povo-de-santo.

    Adeptos dos cultos Afro-brasilian (candomblé) falam e (frequentemente) cantam, às vezes com a orquestra de percussões do culto, em português, iorubá, zezi (br. gegê), angola, congo, tapa. Principalmente chamada (variada) e resposta (constante). Play drumbeat samples with no singing.

  • capoeira.

    Pequenos grupos. Cantam puxador+coro em português, possivelmente misturado de palavras ou frases isoladas em idioma africano ou africano-árabo. A orchestra compõe-se de arco musical berimbau (com o sem chocalho caxixí) e pandeiro.

  • músicos.

    Excludindo especialistas em música religiosa ou música de capoeira. A maior parte canta e toca música popular. Parte ou tudo foi gravado no único estúdio de radio da Bahia por artistas sob contrato pela emissora. A maior parte das gravações de música fica sem data.

  • informantes de idioma.

    Pessoas que falam, contam, soletram, principalmente em português. É a classe das pessoas que não qualificam para classe anterior alguma.

Dentro destas classes, ordenei os informantes mais ou menos por tamanho da contribuição. Quando pude, complementei a informação coletada no índice do ATM.

Não tem nítida divisão entre as classes. Por examplo, os informantes mais importantes do candomblé também são falantes do idioma Iorubá, e a vasta maioria das pessoas canta. Os títulos de categoria acima são ligações hipertextuais para o início das relevantes secções, inclusive casos limite. Deixei o final das secções implícito, para o leitor passar insensivelmente de uma região para outra.

Formato dos verbetes

  • Nome como no índice do ATM
    Notas sobre o informante
    Meu comentário, citando da lista do ATM – se deixar o cursor em cima aparece a citação no idioma original.

  • ATM shelf number (data de gravação); … . Notas sobre a gravação.

Documentos relacionados

  • Calendário das gravações do Pr. Turner (em inglês).

Lista dos informantes

Sr. Martiniano Eliseu Bonfim

Martiniano Eliseu do Bonfim, Ojé L’adê (Bahia, c. 1860 — Salvador 1943). Os pais mandaram-lo na Nigéria por volta de 1875 para receber instrução no culto tradicional Iorubá. Ele também cursou a escola dos missionários e aprendeu o inglês (Carneiro 1948; Landes 1947; Turner 1941; Pierson 1942:241; Franklin Frazier 1942:474-475); Braga 1995:37-58.

Frequentemente com a Sra. Monronkedzi, conta estórias populares e, já na primeira data, a sua autobiografia em uns poucos minutos, em iorubá, português e inglês; canta (principalmente cantos que não são de orixá), conversa, conta, todo isso em iorubá; também canta em gegê (zezi) e angola. Gravado fora do contexto ritual, nunca com os tambores, a lista não alude às funções de Martiniano de Bonfim como babalawo – olhador. Apesar desta posição (babalawo significa Pai-do-segredo), Martiniano do Bonfim e a Sra. Morokonzi são principalmente informantes sobre o idioma iorubá tal que se fala na África. O local exato da gravação não se encontra, Salvador, Bahia.

As etiquetas de disco às vezes indicam “Snr Martiniano”, uma vez “Elisu”, duas vezes “Eliseu Bonfim”; as dos nº 12/3479 e 12/3643 deixariam acreditar que existem duas pessoas diferentes, mas todos certamente pertencem ao famoso babalawo.

12/3432 (27 dez 40); 12/3433 (4 dez 40); 12/3458 (5 fev 41); 12/3470 (14 out 40); 12/3471 (18 dez 40); 12/34768 (12 out 40); 12/3479 (16 out 40); 12/348182 (22 out 40); 12/3549~50 (9 dez 40); 12/3557 (18 dez 40); 12/3567 (24 dez 40); 12/3577 (28 dez 40); 12/3631 (31 jan 41); 12/3635 (5 fev 41); 12/3643 (7 fev 41).

Sr. Falefá – Manoel Victorino da Costa

O babalosayin e babalorixá Manoel Victorino dos Santos, pai do terreiro de candomblé do Poço Bèta, Gegê (zezi) na rua da Formiga, Salvador, Bahia (Carneiro 1948).

Canta com grupos de homens e mulheres, fora do contexto ritual, nunca com tambores, em iorubá, gegê (Zezi), tapa, congo e angola às vezes misturados de português. Fala em gegê (zezi).

12/3439 (11/21 nov 40); 12/3462 (21 nov 40); 12/34904 (30 out 40); 12/35025 (8 nov 40); 12/351720 (15 nov 40); 12/35246 (21 nov 40); 12/35337 (28 nov 40); 12/35468 (6 dez 40).

Minininha – Sra Eskolastica

Maria Escolástica da Conceição Nazaré, Mãe Menininha (Salvador; Feb. 10, 1894 — id. Agt. 13, 1986). Iyalorixá do terreiro do Gantois no morro da Federação, Salvador, Bahia, desde 1922 (Landes 1947; Pierson 1942:300–304; Franklin Frazier 1942:473-474).

A primeira gravação é uma apresentação de Oxossi para Lorenzo D. Turner (não tem outra tal apresentação de um orixá). Depois Mãe Menininha pronuncia palavras, conta e recita textos da bíblia em iorubá, canta em gegê (zezi) sem acompanhamento. Muitos outras gravações na Federação sem nome de pessoa. Eskolastica a partir do 20 março 1941. Federação, Salvador, Bahia.

12/3459 (3ª. 7 jan 41 labeled Federação, identified as Minininha on duplicate); 12/3558 (5ª. 19 dez 40); 12/3440, 12/3639 e ~40, 12/3642A (5ª. 6 fev 41); 12/3666 to ~68 (5ª. 20 mar 41).

Manoel da Silva

Provavelmente a mesma pessoa descrita por Landes 1947:76 como o chefe dos tamboreiros do candomblé do Gantois na Federação, também conhecido como Amor, born c. 1890.

Toca exemplos de toques de tambor para os orixas; acompanha mulher cantando com grupo em iorubá e um pouco em gegê (zezi). Gravado em local não especificado em Salvador, Bahia.

12/3671 e ~72, 12/3674 (3ª. 8 abr 41)

Manoelzinho

Manoelzinho é provavelmente o Pai-de-Santo da Cruz do Cosme no bairro da Caixa d’Água (Bastide 1945:280; Pierson 1942:312); mas poderia ser qualquer um dos outros “Manoel”.

Conta estórias em iorubá, canta em zezi (br: gegê) e iorubá. Datas inseguras, alguma confusão nas etiquetas, duplicações e originais misturados no mesmo disco. Salvador + Cachoeira + Muritiba, Bahia.

12/3646 e ~47 (3ª. 11 fev 41); 12/3649 (4ª. 12 fev 41); 12/3432, 12/3651 e ~53 (4ª. 26 fev 41).

Joãozinho de Gomer

Evidentemente João Alves Torres Filho “Joãozinho da Gomeia”; ou da Pedra Preta (Inhambupe 1914 — Rio de Janeiro 1971). Em 1938, João da Gomeia já era notável e controvertido, v. Landes 1947:38, 207, 238–39; Pierson 1942:278.

João na primeira data. Mistura as linhas de Angola e Ketu. Nas primeiras três sessões, todas gravadas no dia de Domingo, João da Goméia canta com coro feminino, sem tambores. A última sessão, gravada numa terça feira, é com percussão, tambores e trompa (deve ser o búzio usado por pescadores e no Candomblé), mas fora do contexto ritual: as faixas começam com uma apresentação falada. Salvador, Bahia.

12/3506 e ~07 (Do. 10 nov 40); 12/3521 to ~23 (Do. 17 nov 40); 12/3529 to ~32 (Do. 24 nov 40); 12/3669 e ~70 (3ª. 1 abr 41)

José Bispo / Mário Parreira (Perreira)

Cantam em iorubá (Ketu), angola, congo e uma vez não é iorubá, provavelmente gegê, sem apoio instrumental. também contam estórias em português. Bispo fala palavras faladas para os Santos em idioma não especificado. Salvador, Bahia.

12/34545 (15 nov 40); 12/3457 (15 nov 40); 12/350912 (10 nov 40); 12/3662 (13 mar 40); 12/3663 (13 mar 41).

Artur (Cu de Touro) da Silva

Fala e canta em iorubá sem apoio instrumental. Cachoeira, Bahia.

12/3456 (2/12/41).

Manoel Menez ou Menezes

Pai do candomblé gegê em S. Caetano (Carneiro 1948, com as duas grafias).

Canta em iorubá e gêge, conta estórias em angola e congo (caboclo). Salvador, Bahia.

12/3508 B, 12/3513 (Do. 10 nov 40); 12/3514 to ~16 (5ª. 14 nov 40)

José Luis

1 lado, canto Nagô (iorubá). Salvador, Bahia.

12/3508 (Do. 10 nov 40).

Esmeraldo

e companhia cantam cantiga angola para [todos os principais santos iorubás] Oxalá, Oxum, Ogun, Oxossi, Iansã, Xangô, Omolu, com tambor.

12/3553~6 (16 dez 40).

Snra. Conceição

sings in Angola with Cândida Feliz Nascimento (co. of Esmeraldo). Salvador, Bahia.

12/3555 (12/16/40).

Snr. Conceição / Maria Vitoria Lopes

Cantam, em iorubá Ketu, em iorubá Ijexá e em gegê para os orixás com tambor(es). Salvador, Bahia.

12/3527~8 (22 nov 40).

Sra Cândida Feliz Nascimento

Canta em angola com D. Conceição. Co. de Esmeraldo. Salvador, Bahia.

12/3555 (16 dez 40).

Gonsalu Aupiniano Melu

Provavelmente grafado Gonçalo Aupiniano Melo. Possivelmente o Pai do terreiro de candomblé de Angola do bairro da Armação (Bastide 1945:280).

Pãe de santo de quimbanda, canta em Angola, cantigas do culto e também cantigas de trabalho, cantigas funebres, cantigas de ninar, cantigas de caçadores, com grupo pequeno, sem tambor. Salvador, Bahia.

12/3585 e 86 (5ª. 2 jan 41); 12/35989 (4ª. 8 jan 41); 12/36146 (5ª. 16 jan 41); 12/36246 (3ª. 28 jan 41).

Snra Idalice

(Angola) São Caetano – Idalice Santos, Mãe do candomblé de S. Jeronimo (Carneiro 1948). Canta com um coro de duas mulheres cantigas de Angola, com uma trompa que deve ser o búzio usado por pescadores e também no candomblé. Salvador, Bahia.

12/3600~2 (6ª. 10 jan 41).

Mizael Santos

Canta cantigas em iorubá, gegê, angola e congo, sem instrumentos. Cachoeira, Bahia.

12/3644~6 (2/11/41)

Nelson Flaviano Trinidade

Melhor grafado Flaviano Trindade.

rezas em angola — ½ side

12/3662 (13 mar 41). Salvador, Bahia.


Capoeira

Luciano José Silva

Um “Lucio Pequeno” aparece na lista de mestres de capoeira presentes na festa de N.S. da Conceição de mestre Noronha (Coutinho 1993:20).

Luciano canta com um conjunto de capoeira de dois homens dois discos de cantigas de caboclo (iorubá, angola e português), um lado de cantigas de capoeira songs e um lado de toques instrumentais de berimbau e pandeiro. Gravado em Salvador, Bahia, não longe do porto (em uma das faixa escuta-se um apito de navio).

12/3499~501 (7 nov 40)

Juvenal Cruz

Juvenal da Cruz, cujo nome aparece no meio dos anos 1930, pode ser o mesmo Juvenal Nascimento que participou em competições de capoeira no ringue em 1936 (Abreu 1999:79-80), e ficou famoso na capoeira no final dos anos 1940 e nos anos 50. V. Amado 1945:210 “O capoeirista”.

Manoel Oliveira

(Entrada sem notas detalhadas)

Juvenal da Cruz (foto)

Juvenal da Cruz.

Bimba (Mestre Bimba)

O famoso mestre de capoeira Manoel dos Reis Machado (1899-1973).

luta regional baiana = capoeira. berimbau com grupo de homens e mulheres cantando o coro e tocando pandeiro na primeira data, grava sozinho toques de berimbau nos cinco lados de disco das duas demais datas. Salvador, Bahia.

12/3562 e ~63 (21 dec 40); 12/3612 e ~13 (14 jan 41); 12/3634 (4 fev 41).

Fernando Cassiano “Cabecinha”

Fernando Cassiano “Cabecinha” ou “Cabocão” ou “Neguinho de Ouro” participou como “amador” em uma competição de capoeira no ringue em maio de 1936 (Abreu 1999:83); pode ser o mesmo “Cabocinho estivador no porto Julião” da lista de mestre Noronha (Coutinho 1975:23,65); pode ser o mesmo que Cassiano Balão citado na lista de Rego 1968:266.

“grupo de capoeira Angola ‘Esperança’”. Mesma performance que a do Bimba no dia anterior, gravada na Federação, Salvador, Bahia.

12/3564 to ~66 (22 dez 40)


Músicos

Snr Nestor de Nascimento

Canta em português com palavras em vários idiomas africanos, os seus arranjos em forma de música popular (de rádio) de cantigas de candomblé, de sambas, de forró, acompanhado no violão, e em algumas faixas pelo pandeiro, agogô, tamborim, etc. Salvador, Bahia.

Não encontrei informação sobre Nestor de Nascimento na imprensa baiana.

12/367576, 12/3678A1, 12/367986A1 (11 maio 41)

Eladyr Porto

Carioca cantora profissional de música popular (v. filme musical Abacaxi Azul de Wallace Downey, Brasil, 1943). Deixou a Rádio Nacional no Rio de Janeiro para cantar na Rádio Sociedade na Bahia do 17 de outubro 1940 até janeiro de 1941 (O Estado da Bahia, 18 oct. 1940, p. 4; Diário de Notícias, Salvador, 21 jan. 1941).

Canta samba (alguns pelo compositor baiano Bob Silva) com a orquestra de Antonio Morais. Três tomadas de uma cantiga, duas de outra.

12/3686B, 12/3687B, 12/3688~91A (sem lugar nem data)

Antonio Morais (Antonin Morales)

Antonio Morais, às vezes grafado Antonio Moraes, era o chefe de uma orquestra baiana, sob contrato com a emissora local PR-4 (v. por exemplo Diário da Bahia, 12 jan 1941).

12/3687~91 (sem lugar nem data)

Bob Silva

(Aristeu Queiroz, “Bob Silva”) cantor e compositor nascido em Feira de Santana (Bahia), sob contrato com a emissora local PR-4 (O Estado da Bahia, 14 out, 12 nov, 17 dez 1940), apelidado “O poeta de Itapoan” no Diário da Bahia (12 jan 1941), também aparece em anúncio de espetáculos na imprensa local. Bibliografia: Lisboa Júnior, Luiz Américo, 81 Temas da Música Popular Brasileira, Itabuna:Ed. Agora, 2000 (MPB Website www.luizamerico.com.br, contato luizajr@uol.com.br).

Canta as próprias composições com acompanhamento de violão.

12/3450~3 (sem lugar nem data)

Moreno

Júlio Moreno, cantor profissional de música popular, Bahia, artista permanente no rádio local PR-4 na época (Diário de Notícias, Salvador, 24 out 1940, p. 3). Também existe um Luiz Moreno (Diário da Bahia, 17 dez 1940).

Canta com violões e orquestra – ao menos parcialmente gravado no estúdio de radio, Salvador, Bahia.

12/3466 (5 nov 40); 12/3495 (5 nov 40).

Eduardo e Geraldo Perez, Fernando Pedreira

Eduardo Perez cantava nos domingos na emissora local PR-4 a partir do 3 nov 1940 (O Estado da Bahia, 5 nov 1940) durante vários meses (Diário de Notícias, Salvador, 3 jan 1941). Ele compartilhava os seus programas e a autoria das canções com Fernando Pedreira.

Canta com um ou dois violões e percussão. Sessão de música, sem data nem lugar.

12/3449; 12/3705

Euclides Mascarenhos

Pode ser Euclides Mascarenhas, ator oriundo de Feira de Santana.

Canta com violão, samba, valsa, fox-trott. Cachoeira, Bahia. 11-12 fev 41: excursão de Turner para Cachoeira.

12/3692 (sem data).

Jamile Mucarzel

Homem, canta, toca violão, recita poema em português. Bahia.

12/3463 (no date)

Pedro Caldas / Valdimar Portela

Música brasileira: marcha, embolada, samba, cantam e tocam violão, duas tomadas das canções.

12/3475; 12/3707~8 (sem data nem lugar)

Walter Danmerie Tourinho

Toca valsas no rádio à noite (A Tarde, Salvador, 23 out 1940, p. 2; 13 nov p.8)

Valsa no violão. Salvador, Bahia.

12/3545 (1 dez 40)

Claudio Brito / Raimundo Nonat / Snr Manoel / Formiguinha / Demétrio / Antonio Starteri / Maria Roustan Rabay Chorayer / Carnaval

Diversos músicos e participantes de sessões registradas; notas específicas em cada verbete.

  • Formiguinha: canta samba em 1 faixa da sessão de Nestor Nascimento, Salvador, Bahia. 12/3679 B2 (11 maio 41)
  • Demétrio: toca tamborim na sessão de Nestor Nascimento, Salvador, Bahia. apresentado na faixa 12/3681 B1 (11 maio 41)
  • Antonio Starteri: Baritono, canta em italiano a capella “Torna a surriento” em um lado da sessão de Nestor Nascimento, Salvador, Bahia. 12/3685 (11 maio 41)
  • Maria Roustan Rabay Chorayer: toca uma marcha no piano, 1 lado de disco. 12/3697 (sem data nem lugar).
  • Carnaval: As músicas de carnaval não tem nome de artista. Bahia. 12/3653B1, 12/3655~60 (total 67 mn).

Informantes de idioma (speakers)

Sra. Moronkedzi

nome iorubá, grafado Morohunkeji, de Ana Cardoso Santos (*Lagos, 1887 – Bahia, ?). Filha de um ex-escravo brasileiro voltado livre na África (Turner 1941:59-63, 66), nascida em Lagos em 1887, mudou-se para a Bahia em 1907.

Sempre com Martiniano Eliseu do Bonfim exceto na faixa 12/3458-A. Salvador, Bahia.

12/3433 (4 dez 40); 12/3458 (5 fev 41); 12/3471 (18 dez 40); 12/3549~50 (9 dez 40); 12/3557 (18 dez 40); 12/3567 (24 dez 40); 12/3631 (31 jan 41); 12/3635 (5 fev 41).

Sr. Moronkedzi

Suponhamos tratar-se do Sr. Santos, marido da Ss. Morohunkeji (cujo nome é pessoal, não deveria aplicar-se à membros da família).

Com Snra. Moronkedzi. Canta canções não religiosas em iorubá. Salvador, Bahia.

12/3458 (5 fev 41).

Sra Manoel da Silva

Provavelmente Maria José da Silva, “Zezé de Iansã”, descrita como filha de santo do candomblé do Gantois na Federação, e esposa de Manoel, alaabá (chefe dos tamboreiros) na mesma casa por Landes 1947:142, em 1939; mais tarde Mãe de um terreiro no Nordeste de Amaralina (Carneiro 1948:132).

Fala listas de alimentos, de plantas, etc; estórias de animais em português, misturado de iorubá, também canta cantigas de ninar e outras canções. Lugar não especificado, Salvador, Bahia.

12/3460 (8 abr 41); 12/3584 (1 jan 41); 12/35879 1/3/41; 12/36038 (12 jan 41); 12/3617~22 (19 jan 41).

Cêcinha Melo Costa

Aracaju, Sergipe – pronúncia. Provavelmente gravado em Salvador, Bahia.

12/3446 (26 jan 41); 12/3623 (26 jan 41).

Francisco (Chico)

Lados de disco gravados parcialmente. Falante de iorubá. Cachoeira, Bahia.

12/3693~4 (sem data)

Beatriz Bettancourt

Porto Alegre, Rio Grande do Sul – fala.

12/3447 (3 out 41).

Julieta de Figueiredo

de Cuiaba, Mato Grosso; fala texto para pronunciação, canta com pequena orquestra.

12/3469 (sem data)

Sra Fonseca

Português do Brasil (Rio de Janeiro) – conversa (Bahia) – não sei se é a mesma pessoa.

12/3473 (23 set 40); 12/3613 (15 jan 41).

Mario de Andrade

Fala e canta, com amigos. Rio de Janeiro.

12/3474 (3 out 40).

Sr Lourdes Moreira

mulher? canta em português. Salvador, Bahia.

12/3538 (29 nov 40).

Dr Nair Passo Cunha

estória de animais. Salvador, Bahia.

12/3551 (9 dez 40).

Dr. Piragibe Pinto

pronunciação Paraiba. Certamente gravado em Salvador, Bahia.

12/3628 (28 jan 41)

Dr. Daltro Holanda

pronunciação, Ceará-Fortaleza, Narração em português. Gravado em Salvador, Bahia.

12/3629~30 (28 jan 41).

João La Joein

estórias Minas Gerais. Certamente gravado em Salvador, Bahia.

12/3633 (31 jan 41)

Tabua Reis

pronunciação Maranhāo. Certamente gravado em Salvador, Bahia.

12/3636~8 (5 fev 41)

Amorilda Adami Amorim

Female speaker. pronunciação do Espirito Santo

12/3696 (sem data)

Olinda Salgach

Rio de Janeiro pronunciação

12/3698 (sem data)

Lauriston Pessoa Monteiro

pronunciação de Pernambuco.

12/3701 (sem data)


Recorded sources

  • 12/3710~12 – copia de discos comerciais no Rio de Janeiro por LD Turner em 11 ago 41

  • 12/34358, 12-3440, 12-3448 e 12/371442 – todos datados São Paulo 2 set 1940, podem ser copias de Mario de Andrada (org.) Coleção da Discoteca de São Paulo, gravada em 1938 no Nordeste do Brasil. - Acho que a Discoteca de São Paulo confiou os discos originais para a Library of Congress dos Estados Unidos para serem conservados. Um CD commercial apresenta uma seleção daquelas importantes gravações.

Colunas reportam:

  • disc — números gravados no disco, provavelmente relacionado ao original.
  • ATM — ATM shelf number.
  • A — número de faixas no Lado A copiadas para os discos do Pr. Turner.
  • B — o mesmo para o Lado B.
  • Commentário — “Disco grande”: um lado não cabe em um lado dos discos de 12 polegadas do Pr. Turner’s discs. Também existiam discos de 16 polegadas.

Tabela: Copias de outra colecção pelo Pr. Turner.

disc ATM A B comment
110 12-3714, 12-3715 2 1 Canto, tambores, percussões, A:“Todo iorubá” B: “Um F. [uma faixa] A última metade é iorubá-Ogun iae” disco grande, uma faixa original por lado 12".
111 12-3715, 12-3716 1 2 Canto, tambores, percussões, “All iorubá” disco grande.
112 12-3717, 12-3718 2 2 Canto, tambores, percussões “1st part é iorubá” disco grande.
113 12-3719, 12-3720 2 2 Canto, tambores, percussões “Ketu” disco grande.
114 12-3721, 12-3722 2 1 Canto, tambores, percussões A: “iorubá” B: “1. iorubá, outros Zezi” disco grande.
115 12-3723; 12-3724 1 1 Canto, tambores, percussões “All iorubá” B: [a primeira polegada não é iorubá] disco grande.
116 12-3725, 12-3726 1 1 Canto, tambores, percussões “Todo iorubá” B: [a primeira polegada não é iorubá] disco grande.
199 12-3727 3 4 Dois homens cantando
200 12-3728 4 ? Dois homens cantando
227 12-3729 3 3 Cantora, cantor, coro masculino, tambores, percussão.
228 12-3730 4 4 Cantor e grupo masculino cantando, tambores, percussão.
229 12-3731 4 4 Singer e grupo masculino, tambores, percussão “cabocla”.
230 12-3435 3 3 Canto, tambores, percussões, “cabocla”.
231 12-3436 4 4 Canto, tambores, percussões, “cabocla”.
232 12-3437 5 5 Canto, tambores, percussões, “português”.
233 12-3438, 12-3732 4 4 Canto, tambores, percussões, “português + cabocla” “zezi” “iorubá” escrito na capa do disco. “português, algumas palavras iorubá”
234 12-3733 4 4 Canto, tambores, percussões, “português” “iorubá” “cabocla”
237 12-3734 5 5 Cantora e grupo feminino cantando, tambores, percussão. A: “português” B: “cabocla”
238 12-3735 3 3 Cantora e grupo feminino cantando, tambores, percussão. A: “cabocla” B: “português”
239 12-3736 4 3 Canto, tambores, percussão. “cabocla”
240 12-3728 3 - Cantora e grupo masculino com orquestra.
262 12-3737 3 3 Cantora. “cabocla” Cantora e grupo “zezi” “cabocla” “ketu” “iorubá”.
263 12-3738 5 4 Cantor e grupo feminino com tambores “cabocla”, “português”
264 12-3739 4 3 Cantor e grupo feminino, tambores. “cabocla”, “ketu” B: “português - barulhos no início desta faixa, parece uma copia de gravação de cilindro”
265 12-3740 4 4 Cantor e grupo feminino, tambores. “português”
266 12-3741 4 6 Singer e grupo feminino, tambores. A : Puxadora, “português” B: Puxador, “cabocla+português”.
267 12-3716, 12-3717, 12-3718, 12-3720 5 2 Canto, tambores, percussões B: “português”
269 12-3724, 12-3725, 12-3726, 12-3742 4 6 Homem cantando. “Todo Zezi”
286 12-3723 ? ? Homem fala e canta; B: “Bom iorubá”, “(4) iorubá+português”

Notes

Federação

O Morro da Federação aos 3 km SSE do centro da cidade, era em 1940 um subúrbio pouco contruído, um bom lugar para um terreiro de candomblé, que precisava de espaço barato para as suas pequenas casas, a sala grande, e as árvores sagradas, longe dos olhos da força repressiva da polícia. A Federação, com o Engenho Velho da Federação tem o espaço suficiente para vários terreiros de candomblé, o mais conhecido sendo o de Mãe Menininha sobre os terrenos do Sr. Gantois (pronounciando-se Gantuá). O companheiro de viagem de Turner, o sociologista E. Franklin Frazier 1942:468-469 descreveu com bastante precisão este terreiro e o pequeno agrupamento de casas ao redor.

Sendo terreno alto, o Morro da Federação era um lugar certo para colocar a antena da emissora de rádio. Em 1932, durante obras na sua sede da cidade alta, a emissora instalou estúdios temporários no morro. Como o terreno era próprio, a empresa provavelmente manteve-los depois, e poderia ter deixado Turner usa-los. v. embaixo, Estúdio Radio.

O velho capoeirista Mestre Noronha citou o “Morro da Federação”, entre muitos, como um dos pontos de capoeira em Salvador do tempo dele (Coutinho 1993:25).

Gravações. Turner gravou 24.5 discos em 11 sessões na Federação, certamente no terreiro de Mãe Menininha, e manifestou o seu interesse duplicando a maior parte. Ele gravou principalmente na sexta-feiras e no sábado (e uma vez numa quinta-feira), e depois gravou em três terça-feiras consecutivas. As gravações tem cantigas com um tambor e depois vários tambores, para Ogun, Omolu, Oxossi, Xangô, Ossainh, Nãnã, Exú, Yemanjá, Oxumaré Oxalá, Oxalufã e Oxaguiã, Obá, Ioá e para o espírito gegê Lokô. As gravações estão fora do contexto ritual, frequentemente precedidas por uma identificação falada. Nas últimas sessões, em terça-feiras, Turner também gravou cantigas funerárias em iorubá Ketu, e uma estória. Sabemos de Landes 1947:222 que tinha força eléctrica no Gantois.

12-3484 to ~87 (Sa., 26 out 40); 12-3539, ~41, ~43 (6ª., 29 nov 40); 12-3465 (Sa., 14 dez 40); 12-3560 e ~61 (5ª., 19 dez 40); 12-3569, ~71, ~73, ~75 (6ª., 27 dez 40); 12-3579 (Sa., 28 dez 40); 12-3581, ~83 (3ª., 31 dez 40); 12-3590, ~94, ~95, ~97 (3ª., 7 jan 41), 12-3609A, ~11, 12-3459 (3ª., 14 jan 41), e 12-3711 A (Original of movie records Candomble-Federação. Nago, sem data).

Estúdio Radio

Algumas gravações tem em nota Estúdio Radio. A Radio Sociedade, estabelecida em 1924, permaneceu sendo a única emissora da Bahia até 1942. Em 1940, os fundadores venderam-la para um grupo de mídia baseado em São Paulo. Esta organização pode ter ajudado Turner, não somente deixando-lo gravar sessões de rádio e espetáculos ao vivo, mas autorizando ele a usar um dos estúdios para os fins próprio, ora o estúdio temporário que tinham provavelmente conservado perto da antena no morro da Federação, ora o da Cidade Alta no Passeio Público.


Bibliografia

Monografias

  • Abreu, Frederico José de, Bimba é Bamba: A Capoeira no Ringue, Salvador:Instituto Jair Moura, 1999.
  • Amado, Jorge, Bahia de Todos Os Santos — Guia das ruas e dos mistérios da Cidade do Salvador, São Paulo:Livraria Martins Editôra, 1ª ed. 1945.
  • Braga, Júlio Santana, Na gamela do feitiço : repressão e resistência nos candomblés da Bahia, Salvador:EdUFBa, 1999.
  • Carneiro, Edison. Candomblé da Bahia. Rio de Janeiro, 1948. Ed. cit.: 8.a, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1991.
  • Bastide, Roger, Images du Nordeste Mystique en Noir et Blanc, Paris:Actes Sud, coll. Babel nº154, 1995 (1ª ed. 1945).
  • Coutinho, Daniel, mestre Noronha. O ABC da capoeira angola, os manuscritos de Mestre Noronha. Frede Abreu, org.; Brasília: PNC-CIDOCA, 1993.
  • Landes, Ruth, City of Women, New York:Macmillan, 1947.
  • Pierson, Donald, Negroes in Brazil – A Study of Race Contact at Bahia, Carbondale:Southern Illinois University Press, 1967; 1.st ed. 1942.
  • Rego, Waldeloir, Capoeira Angola, ensaio socio-etnográfico, Salvador:Itapoan, 1968.

Artículos

  • Franklin Frazier, Edward, “The Negro Family in Bahia, Brazil”, American Sociological Review, vol. 7 nr. 4 (August, 1942) :465-78.
  • Turner, Lorenzo Dow, “Some contacts of Brazilian ex-slaves with Nigeria, West Africa”, Journal of Negro History, vol. XXVII, 1, Washington:Association for the Study of Negro Life and History, 1942, pp. 55—67 + 8 pages of reproductions of documents.

Jornais

As datas são aquelas dos volumes consultados.

  • A Tarde, Salvador, out. a dec. 1940. Publica irregularmente um programa detalhado de rádio.
  • Diário da Bahia, Salvador, 16 novembro 1940 a maio 1941.
  • Diário de Notícias, matutino pertencente ao grupo dos Diários Associados; Salvador, 3 out. 1940 até maio 1941.
  • O Estado da Bahia, Salvador, vespertino do grupo Diários Associados (dir. Assis Chateaubriand); out. 1940 a maio 1941.
  • O Imparcial, Salvador, out. 1940 a maio 1941.

(créditos e compilações originais por Pol Briand)